top of page

DANDARA DOS PALMARES

Atualizado: 12 de mar.

Guerreira do período colonial do Brasil, Dandara dos Palmares foi esposa de Zumbi, líder daquele que foi o maior quilombo das Américas: o Quilombo dos Palmares. Não se sabe ao certo qual o local de nascimento desta mulher, que representa um símbolo de liberdade e resistência não apenas para as mulheres, mas para o povo negro. É um dos exemplos que contraria a ideia de sexo frágil que ronda as mulheres até os dias atuais.


Não se sabe ao certo onde nossa guerreira nasceu, sendo que algumas pesquisas indicam que foi no Brasil, enquanto outras apontam para sua ascendência africana. Valente, ela foi uma das lideranças femininas negras que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII. Foi mãe de três filhos, Motumbo, Harmódio e Aristogíton, o que me atrevo a dizer que não a impediu em absolutamente nada de ser exatamente quem queria ser!



Além dos serviços domésticos, Dandara dedicava-se ao plantio, à produção da farinha de mandioca, à caçava e à capoeira. Respondendo à alma de guerreira, também empunhava armas e liderava grupos femininos do exército negro palmarino. Sempre perseguindo o ideal de liberdade, não tinha limites quando o que estava em questão era a segurança do quilombo e o combate ao inimigo. Tinha um importante papel na comunidade, sendo ativa na elaboração de táticas e estratégias de resistência.


O espírito guerreiro e voraz por liberdade que habitava o corpo desta mulher fez com em 6 de fevereiro de 1694 cometesse suicídio, para que não fosse tomada como escrava novamente. Teve seu nome incluído no livro de heróis e heroínas da Pátria em 2019, Pela Lei nº 13.816, mais de 20 anos após a inclusão do nome de seu companheiro. O livro Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, lançado em 2017, conta um pouco de seu protagonismo guerreiro.


E para que aqueles que sentem-se ofendidos, e afirmam que essa mulher é um mero fato fictício sem provas concretas de existência, eu digo que tudo bem. Querem ver um exemplo da força de uma mulher negra? Olhem para o lado.... Mas olhem com a intenção de enxergar o que não é tão agradável aos olhos. Talvez assim você repense o porquê para tantos ser tão absurda a possibilidade de uma mulher preta e escrava ser uma figura importante na história brasileira.


Pedimos licença à nobre guerreira para fazer uma relação com nosso presente. Quantas mulheres negras não dão cabo à própria vida, por suas próprias mão ou por imposição da situação degradante que vivenciam diariamente? Quantas guerreiras não conhecemos, que desdobram-se entre o papel de mães, esposas e profissionais? Quantas não preferem deixar de habitar esta terra se para que aqui vivam precisem abrir mão de seu destino?


Trazer o nome de mulheres pretas que, como Dandara, são tão facilmente são esquecidas é muito mais do que mera homenagem. Resgatá-las é lembrar de nossa história e de nossos sacríficos! Ao mesmo tempo em que reacendemos a chama da resistência e do senso de pertencimento.


Sim, o povo negro pode! Sempre pôde! O que muda agora é que, enfim, descobriram isso. E para os que ainda não o fizeram, eis as histórias que ressurgem para mostrar!




32 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page